MÚSICA, FUTEBOL E CULTURA CARIOCA. SINTA A VIBE!

Qual a década do filme Grease?

Grease: A Trilha Sonora que Incendiou os Anos 70 e Continua Tocando na 98 FM

CÁPSULA DO TEMPO

SERGIO DUARTE - RADIALISTA

9/28/20258 min ler

Grease (musical)
Grease (musical)

Grease: A Trilha Sonora que Incendiou os Anos 70

Você já se pegou cantarolando "You're the One That I Want" no chuveiro? Claro que sim. Porque algumas músicas não apenas marcam uma época — elas transcendem gerações, atravessam décadas e continuam ecoando nas rádios como se tivessem sido lançadas ontem. É exatamente o caso da trilha sonora de Grease, aquele fenômeno cinematográfico de 1978 que transformou jaquetas de couro e cabelos engomados em ícones atemporais da cultura pop.

Mas aqui vai uma confissão: quando penso em Grease, não consigo evitar aquela pontada nostálgica misturada com uma dose de espanto. Como é possível que um filme sobre adolescentes dos anos 1950, filmado nos anos 1970, ainda faça tanto sentido hoje? A resposta, meus caros, está na música. Aquela maldita trilha sonora irresistível que não te dá escolha — ou você canta junto, ou você... bem, você canta junto de qualquer jeito.

O Filme que Virou Uma Máquina de Hits

Lançado em 16 de junho de 1978, Grease se tornou o filme musical de maior bilheteria de todos os tempos naquele período. Não estamos falando de um sucesso modesto, não. Com um orçamento de apenas 6 milhões de dólares, o filme arrecadou impressionantes 396 milhões de dólares mundialmente.

Mas o verdadeiro protagonista dessa história toda? A trilha sonora. O álbum terminou 1978 como o segundo mais vendido do ano nos Estados Unidos, perdendo apenas para Saturday Night Fever — que, ironicamente, também estrelava John Travolta. Pensa na ironia: o cara dominava as paradas de sucesso com dois estilos completamente diferentes no mesmo ano. Era Tony Manero dançando disco durante a semana e Danny Zuko sambando rockabilly nos fins de semana.

A trilha vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo, tornando-se um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Trinta milhões. Deixa isso afundar por um minuto.

As Vozes por Trás da Magia

Olivia Newton-John: A Sandy que Conquistou o Mundo

Quando você pensa em Grease, inevitavelmente pensa naquela transformação final — a doce Sandy virando a bad girl de calça de couro e cigarro na mão. Mas a trajetória de Olivia Newton-John até chegar ali é tão fascinante quanto qualquer roteiro de Hollywood.

Nascida em Cambridge, Inglaterra, em 26 de setembro de 1948, Olivia era neta de Max Born, físico alemão ganhador do Prêmio Nobel. Sim, você leu certo — a Sandy tinha DNA de gênio científico correndo nas veias. A família se mudou para a Austrália quando ela tinha apenas 5 anos, e foi lá que sua história musical começou a tomar forma.

Aos 14 anos, Olivia já fazia parte de um grupo de garotas que se apresentava em cafés. Aos 16, ganhou um concurso de talentos cantando "Anyone Who Had A Heart" e "Everything's Coming Up Roses", o que lhe rendeu um convite para trabalhar na Inglaterra. Sua mãe a incentivou — e o resto é história gravada em vinil.

Seu primeiro álbum, "If Not For You", saiu em 1971, com um single escrito por Bob Dylan que se tornou hit na Austrália e Inglaterra. Mas foi "Let Me Be There", de 1973, que explodiu nos Estados Unidos e lhe rendeu um Grammy de Melhor Vocalista de Country.

Pensando bem, é meio surreal: uma cantora country se tornando a protagonista do maior musical de todos os tempos. Olivia estava insegura sobre aceitar o papel de Sandy, com medo de repetir o fracasso do filme "Toomorrow" de 1970, e insistiu em fazer um teste de atuação com John Travolta. O teste foi aprovado, mas seu sotaque australiano forçou uma mudança no roteiro: Sandy deixou de ser Sandy Dumbrowski para se tornar Sandy Olson, uma jovem australiana.

A partir de Grease, Olivia mudou os rumos de sua carreira musical com o álbum "Totally Hot", abandonando a imagem certinha. Em 1981, lançou "Physical", sua música de maior sucesso, que liderou as paradas por 10 semanas e foi eleita pela Billboard como a oitava maior música de todos os tempos em 2015.

Com mais de 100 milhões de discos vendidos, Olivia Newton-John se tornou uma das artistas musicais que mais venderam de todos os tempos. Ela faleceu em 8 de agosto de 2022, mas seu legado permanece imortal nas ondas do rádio.

John Travolta: De Barbarino a Danny Zuko

John Joseph Travolta nasceu em Englewood, New Jersey, em 18 de fevereiro de 1954, o caçula de seis filhos. Seu pai, Salvatore, era vendedor de pneus; sua mãe, Helen, era atriz e cantora que se tornou professora de teatro.

Na adolescência, sua mãe o inscreveu em uma escola de teatro em Nova York, onde estudou canto, dança e atuação. Aos 16 anos, conseguiu seu primeiro papel profissional no musical "Bye Bye Birdie". Em 1971, aos 16, abandonou a escola e se mudou para Nova York investindo de vez na carreira artística.

Seu primeiro papel de destaque foi em 1975, na série "Welcome Back, Kotter", interpretando Vinnie Barbarino. Em 1976, participou do filme de terror "Carrie", dirigido por Brian De Palma. No mesmo ano, lançou-se como cantor com o single "Let Her In", que chegou ao 10º lugar na Billboard Hot 100.

Mas foi em 1977 que tudo explodiu. Saturday Night Fever fez dele uma das estrelas mais famosas do mundo, rendendo-lhe uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. Quando filmava "Saturday Night Fever", Travolta já atraía fãs histéricas. A atriz Donna Pescow contou que as fãs balançavam o trailer onde estavam para fazê-lo sair.

Em 1978, sua popularidade cresceu ainda mais quando interpretou Danny Zuko em Grease ao lado de Olivia Newton-John. O filme foi o de maior bilheteria em 1978, e sua trilha sonora vendeu mais de 30 milhões de cópias.

A carreira de Travolta teve altos e baixos ao longo das décadas. Nos anos 80 entrou em declínio, mas ressurgiu espetacularmente em 1994 com "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino. O personagem Vincent Vega lhe rendeu uma segunda indicação ao Oscar, e a cena dançando com Uma Thurman entrou para a história do cinema.

Frankie Valli: A Voz de Ouro que Abriu o Show

Aqui está uma curiosidade que muita gente não sabe: a música-título "Grease" não foi cantada por Travolta nem por Olivia. A faixa foi interpretada por Frankie Valli, aquela lenda viva do rock americano com um falsete capaz de quebrar vidros (no bom sentido).

Francesco Stephen Castelluccio nasceu em 3 de maio de 1934, em Newark, New Jersey. Seu pai, Antonio, era barbeiro e designer de displays para trens modelo Lionel; sua mãe, Mary Rinaldi, era dona de casa. Aos 7 anos, após ver Frank Sinatra se apresentar no Paramount Theater em Manhattan, Valli decidiu seguir carreira no canto.

Trabalhando com diversos grupos desde meados dos anos 1950, Valli eventualmente formou o que se tornaria, em 1961, The Four Seasons. O grupo incluía Bob Gaudio no teclado e composição, Tommy DeVito na guitarra e Nick Massi no baixo.

Em 1962, lançaram "Sherry", produzida por Bob Crewe, que alcançou o primeiro lugar nas paradas pop e R&B da Billboard. Ao longo de cinco anos, tiveram mais de 25 hits, incluindo "Big Girls Don't Cry", "Walk Like a Man" e "Rag Doll".

Valli teve 29 hits no Top 40 com o Four Seasons e 9 como artista solo. Em 1967, lançou "Can't Take My Eyes Off of You", que chegou ao segundo lugar. Em 1978, com o Four Seasons temporariamente separado, Valli embarcou em turnê solo e cantou a música-tema de Grease, escrita por Barry Gibb dos Bee Gees, que se tornou um hit número um.

Valli começou a sofrer de otosclerose em 1967, forçando-o a "cantar de memória" no final dos anos 1970. Uma cirurgia realizada por Victor Goodhill, especialista em ouvido de Los Angeles, restaurou a maior parte de sua audição em 1980.

A história de Valli e do Four Seasons foi imortalizada no musical da Broadway "Jersey Boys", lançado em 2006 e adaptado para filme em 2014 por Clint Eastwood. Frankie Valli e o Four Seasons venderam mais de 175 milhões de discos mundialmente.

Em fevereiro de 2025, Valli recebeu um Grammy Lifetime Achievement Award, seu primeiro Grammy. Em maio de 2024, recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

Os Hits Que Definiram Uma Geração

Voltando à trilha sonora: ela é uma máquina de sucessos perfeitamente calibrada. "You're the One That I Want" e "Summer Nights" alcançaram o primeiro lugar no Reino Unido por 9 e 7 semanas, respectivamente. "Grease", "Hopelessly Devoted to You" e "Sandy" tornaram-se hits Top 3.

"Hopelessly Devoted to You" recebeu indicação ao Oscar de Melhor Canção Original, mas perdeu para "Last Dance" de Donna Summer. Às vezes você perde o Oscar, mas ganha a eternidade — e "Hopelessly Devoted to You" definitivamente ganhou a eternidade.

Em 2011, "You're the One That I Want" e "Summer Nights" ainda estavam entre os 20 singles mais vendidos de todos os tempos no Reino Unido. Isso não é apenas longevidade — é imortalidade musical pura.

O Que Toca na 98 FM e Por Quê

E por que diabos essas músicas ainda tocam na 98 FM Rio? Simples: porque elas funcionam. Elas sempre funcionaram e sempre funcionarão.

Na verdade, pensando melhor... não é tão simples assim. Grease capturou algo universal sobre o amor adolescente, sobre pertencer, sobre a tensão entre ser quem você é e quem você acha que deveria ser. Danny quer impressionar os T-Birds. Sandy quer impressionar Danny. Todos querem ser legais, mas ninguém sabe direito o que isso significa.

A trilha sonora reflete essa confusão linda e caótica. "Summer Nights" é nostalgia pura em forma de dueto. "Hopelessly Devoted to You" é aquela dor de cotovelo que todo mundo já sentiu. "Greased Lightnin'" é pura testosterona juvenil e inadequação social disfarçada de autoconfiança. "You're the One That I Want" é o triunfo do amor sobre a imagem — ou seria o contrário?

O Legado que Não Para de Brilhar

Grease não é apenas um filme. É um fenômeno que se recusa a morrer. Uma sequência, "Grease 2", foi lançada em 1982 com Maxwell Caulfield e Michelle Pfeiffer. Em 2016, a Fox transmitiu "Grease: Live!", um especial ao vivo que recebeu críticas positivas e 10 indicações ao Emmy.

Mais de 40 anos depois, as músicas continuam tocando nas rádios, nos casamentos, nos karaokês, nos chuveiros. Elas fazem parte do DNA cultural coletivo. Você pode não ter nascido nos anos 70, mas aposto que sabe a letra de "You're the One That I Want" de cor.

E sabe qual é a parte mais louca? Essas músicas soam frescas. Elas não soam datadas, apesar de serem claramente de outra era. Talvez seja o poder dos grandes compositores — Jim Jacobs, Warren Casey, John Farrar, Barry Gibb. Talvez seja a magia das vozes de Olivia e Travolta. Talvez seja simplesmente aquela alquimia rara que acontece quando tudo se alinha perfeitamente.

A Última Palavra (Ou Dança)Então, da próxima vez que você ouvir "Summer Nights" tocando na 98 FM, não mude de estação. Cante junto. Dance no carro. Lembre-se de que você faz parte de algo maior — uma linhagem de milhões de pessoas que, ao longo de décadas, se apaixonaram por essas melodias irresistíveis.

Grease nos ensinou que é possível ser cafona e cool ao mesmo tempo. Que o amor adolescente, por mais melodramático que seja, é real e intenso. Que uma jaqueta de couro pode mudar tudo. E que, no final das contas, nós todos queremos ser aquele alguém que alguém precisa.

É por isso que essas músicas continuam tocando. É por isso que continuamos cantando. E francamente? Espero que nunca parem.

Quer saber mais sobre Grease e sua trilha sonora? Confira estes links:

E continue sintonizado na 98 FM Rio - Good Times para reviver esses clássicos que nunca saem de moda.

⚽ Viva essa emoção com a 98 FM

Aqui, o futebol não é só notícia — é paixão compartilhada. Sintonize na 98FM Rio, acompanhe as maiores rivalidades e entre de cabeça no clima do Clássico dos Milhões.

BANNER OUVIR 98
BANNER OUVIR 98

Você pode gostar

Assine Grátis!

Mantenha-se informado com as notícias mais relevantes do Rio, direto no seu e-mail. A newsletter da 98 FM Rio é totalmente gratuita. Assine agora e receba atualizações exclusivas, sem custo algum!