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Os Bons Tempos do Rádio estão de Volta com Robson Castro
Robson Castro e a Alquimia de Transformar Nostalgia em Liderança de Audiência da 98 FM Rio nos anos 80.
RADIO
Sérgio Duarte - Radialista
10/24/20257 min ler


Robson Castro e o Movimento Livre e Colorido dos Flashbacks
Existe um momento peculiar na história do rádio carioca que poucos perceberam em tempo real. Foi quando um comunicador chamado Robson Castro criou algo que, à primeira vista, parecia apenas mais um programa nostálgico. Mas não era. O Good Times 98 não era sobre olhar para trás — era sobre ressignificar o passado enquanto dominava o presente.
E dominou mesmo. Chegou a alcançar 82% de audiência, um número que hoje parece pertencer à ficção científica do rádio.
Mas como alguém transforma memórias compartilhadas em liderança absoluta de mercado? Como um programa focado em décadas passadas conquista ouvintes numa era onde o algoritmo personaliza tudo?
A Engenharia Invisível da Conexão Emocional
Quando você sintoniza a 98 FM Rio de segunda a sexta, às 22 horas, não está apenas ouvindo sucessos dos anos 70, 80 e 90. Está participando de algo mais complexo — uma narrativa cultural cuidadosamente construída onde cada música carrega camadas de contexto que a maioria dos ouvintes desconhece.
(E aqui mora um segredo que poucos programadores de rádio admitem: nostalgia sem contexto é apenas repetição entediante.)
O que Robson Castro entendeu, muito antes de qualquer plataforma de streaming pensar nisso, é que as pessoas não querem apenas ouvir músicas antigas. Elas querem entender por que aquelas músicas importavam. Por que "Take my Breath away " do Berlin virou hino da geração 80. Por que "Take On Me" do a-ha revolucionou videoclipes. Por que certas canções se tornaram trilha sonora de momentos históricos que elas nem viveram.
Mergulhar nas histórias e emoções que cada canção carrega, entendendo melhor o contexto e a mensagem dos grandes sucessos internacionais — isso não é programação de rádio. É curadoria cultural disfarçada de entretenimento além do bom gosto na seleção de músicas brasileiras que marcaram época.
Da Imprensa FM ao Comando da 98: Uma Trajetória Contra-Intuitiva
A jornada de Robson Castro no rádio não seguiu o roteiro previsível do comunicador que vai subindo degraus numa única emissora. Com 45 anos de carreira, sua trajetória representa algo mais interessante: a construção de uma identidade sonora que transcendeu as estações onde trabalhou.
Começar na Imprensa FM (primeira emissora de rádio em frequência modulada (FM) do Brasil e da América Latina, fundada em janeiro de 1955) e eventualmente moldar o que se tornaria um dos programas mais icônicos da rádio mais ouvida do Rio de Janeiro exigiu mais do que talento para locução. Exigiu visão de mercado numa época em que "mercado" e "arte radiofônica" raramente conversavam. Tudo era experimental.
Na verdade, pensando melhor, talvez a maior revolução do Good Times 98 tenha sido justamente isso: provar que inteligência comercial e relevância cultural não são opostos. São complementares quando você entende profundamente seu público.
A Anatomia de um Fenômeno de Audiência
Oitenta e dois por cento de audiência não acontecem por acaso. Não é sorte. Não é apenas "tocar músicas boas". É arquitetura deliberada de experiência auditiva com as poesias da vida real dos ouvinte no quadro Pensamento do Dia e na curiosidade da tradução da músicas internacionais, quando os cursos de idiomas engatinhavam na cidade maravilhosa. Tudo era um tipo de mágica, conforme Freddie Mercury, "A Kind of Magic"
Vamos dissecar isso por um momento.
Primeiro: timing. O horário das 22h não foi escolhido aleatoriamente. É quando a cidade respira diferente. O trânsito já passou, o jantar já foi feito, as crianças já dormiram (ou deveriam estar dormindo). É quando o adulto de 40, 50 anos finalmente tem um momento para si mesmo — e quer ser transportado para quando tinha 20.
Segundo: seleção musical estratificada. Não basta tocar "os anos 60...70...80". É preciso entender que existem perfis de ouvintes. Por exemplo, aquele ama Duran Duran pode desprezar Wham!. Quem reverencia Roberto Carlos pode ter zero conexão com Guilherme Arantes. A arte está em criar uma sequência musical que respeita essas tribos sem aliená-las e conectar tudo em mixagens na condução do programa até as duas da madrugada.
Terceiro: autoridade narrativa. Robson Castro não é apenas um locutor que apresenta músicas. É o produtor e locutor com uma voz marcante que carrega décadas de histórias e emoções dos ouvintes. Quando ele contextualiza uma canção, não é Wikipedia sendo lida ao microfone. É testemunho ao vivo de que há amor em forma de canção e saudade (uma das frases do programa).
O Paradoxo do Sucesso Nostálgico em Tempos de Hiperpersonalização
Aqui está a parte que me fascina (e deveria fascinar qualquer estrategista de mídia): como um programa generalista sobre música antiga compete com algoritmos que conhecem individualmente cada ouvinte de segunda à sexta na www.98fmrio.com?
Muita gente, ainda, não entendeu que há uma fadiga crescente em se viver dentro de bolhas algorítmicas. Spotify te mostra o que você já gosta. YouTube te recomenda o que você já assistiu. TikTok te prende em loops infinitos de conteúdo calibrado para viciar. E no meio disso tudo, há uma fome silenciosa por descoberta genuína, por ser surpreendido por algo que você não escolheu. E isso só o radialista experiente é capaz!
O Good Times 98 oferece exatamente isso: curadoria humana. Alguém que estudou, viveu e entende música fazendo escolhas por você, para você — mas não baseadas no que você já clicou 47 vezes essa semana.
(Pode parecer paradoxal, mas às vezes menos controle gera mais satisfação. A saudade de deixar o rádio ligado e se deliciar com sua programação).
Liderança no Horário: Mais Que Números, Um Fenômeno Social
Quando olhamos para a 98 FM Rio como a rádio mais ouvida do Rio de Janeiro, estamos observando algo mais complexo do que preferências de consumo de mídia. Estamos vendo um território de conforto coletivo num mundo cada vez mais fragmentado.
O rádio deveria ter morrido há 20 anos segundo os futurólogos tecnológicos. O streaming mataria tudo. Os podcasts enterrariam o resto. A realidade? Em 2025 (após o "novo normal" da COVID-19), programas de rádio bem executados continuaram mobilizando audiências que muitos influencers digitais só conseguem em sonhos.
Por quê? Porque existe algo primordialmente humano na experiência compartilhada ao vivo. Saber que, naquele exato momento, milhares de pessoas estão ouvindo a mesma música, talvez cantando junto no trânsito, talvez lembrando do primeiro beijo, talvez chorando por alguém que se foi.
A Diferença Entre Tocar Música e Contar Histórias Musicais
Você já se perguntou por que alguns programas de rádio grudam na memória e outros são apenas ruído de fundo enquanto você faz outras coisas?
A diferença está na narrativa: Good Times 98 O Movimento Livre Colorido dos Flashbacks.
hoje, podemos afirmar que qualquer estagiário pode montar uma playlist dos anos 80. Mas construir uma jornada emocional onde "Every Breath You Take" dialoga tematicamente com "Careless Whisper", e depois faz uma ponte histórica para "Purple Rain", contextualizando 1984 com a música pop — não é fácil, e isso exige conhecimento, sensibilidade e décadas de microfone e dia a dia nas emissoras.
Entender melhor o contexto e a mensagem dos grandes sucessos internacionais e nacionais significa transformar entretenimento passivo em experiência educacional sem que o ouvinte perceba que está aprendendo. É pedagogia disfarçada de diversão.
E funcionou. Aposto que 82% de audiência no pico é a prova estatística de que histórias bem contadas vencem algoritmos frios...
O Futuro da Nostalgia em Formato de Rádio
Aqui está a pergunta que não quer calar: quanto tempo um formato baseado em nostalgia pode permanecer relevante no Rádio?
A resposta depende de como você define "nostalgia". Se for apenas "música antiga", então tem prazo de validade. Mas se for "música que moldou gerações + contexto histórico + storytelling emocional", então é praticamente eterno. Porque sempre haverá novas gerações descobrindo décadas que não viveram.
Meu sobrinho de 22 anos ouve Good Times 98. Ele nasceu depois dos anos 90. Essa música não é dele temporalmente. Mas se tornou dele emocionalmente através das histórias bem contadas. Através da curadoria que faz 1986 parecer tão relevante quanto 2025.
Esse é o teste definitivo: quando seu conteúdo transcende sua própria geração-alvo e captura gerações subsequentes, você não está fazendo rádio. Você está fazendo patrimônio cultural.
O Que Fica Quando as Músicas Param de Tocar
Se a 98 FM Rio desligasse amanhã (o que, dada sua posição como rádio mais ouvida do Rio, é altamente improvável), o que realmente perderíamos?
Não seriam as músicas — essas estão no Spotify, no YouTube, no Apple Music. Não seria acesso a conteúdo dos anos 70, 80 e 90 — a internet tem isso ad infinitum. Perderíamos a curadoria humana com décadas de expertise. Perderíamos o ritual compartilhado de uma cidade inteira - inclusive fora do Brasil - sintonizada simultaneamente. Perderíamos aquele tipo específico de conhecimento que só vem de alguém que viveu a música, não apenas a estudou.
Perderíamos, em suma, uma forma de conexão social que a tecnologia prometeu substituir mas nunca conseguiu realmente replicar.
Quando Robson Castro criou o Good Times 98, provavelmente não imaginava estar construindo um dos últimos pilares de uma forma de fazer rádio que está desaparecendo. Uma forma onde o comunicador é também curador, historiador, contador de histórias e, de certa maneira, guardião de memórias coletivas.
A liderança da 98 FM Rio no horário do Good Times não é sobre músicas antigas vencendo músicas novas. É sobre humanidade vencendo algoritmos. Sobre narrativa vencendo dados. Sobre ritual compartilhado vencendo personalização isolada.
E talvez, no fundo, essa seja a história que Robson Castro está contando há décadas (mesmo fazendo suas aparições como V.J na zona Norte do Rio de Janeiro) uma história muito maior que qualquer música individual: a de que ainda precisamos uns dos outros para descobrir o que realmente vale a pena ouvir.
Saudades dos Bons Tempos que estão de Volta! Um forte abraço, do amigo Sérgio Duarte Compartilhe este artigo. #GoodTimes #RobsonCastro #98FM #RadioOnline



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