A melhor radio online do rio

Ludmilla – Da Batida do Funk ao Tamborim

Descubra como Ludmilla revolucionou a música brasileira com seu projeto Numanice, transitando do funk ao samba e conquistando o Grammy. Conheça a batida do tamborim que cativou o país.

FALA AÍ, GALERA!

pamela gomes

7/15/20254 min ler

ICONE PAPAGAIO 98
ICONE PAPAGAIO 98

Picture this: você está numa roda de boteco em Copacabana, bebendo uma cerveja gelada, quando de repente toca um pagode que faz todo mundo cantar junto. Dois dias depois, você está vendo stories de Miami, e a mesma música está rolando num rooftop milionário com vista para o mar. Esse é o poder da Ludmilla - uma artista que conseguiu fazer o impossível: levar a essência da favela carioca para literalmente qualquer lugar do mundo.

Mas como alguém sai do funk pesado para conquistar o Grammy de melhor álbum de samba/pagode? A resposta está numa palavra que virou projeto: Numanice.

O Fenômeno Numanice: Quando o Samba Encontra a Modernidade

Tudo começou meio que por acaso (ou será que não?). Ludmilla, já consolidada como uma das principais vozes do funk brasileiro, resolveu mexer numa ferida que muita gente nem sabia que existia: a saudade do samba raiz, mas com uma pegada contemporânea que não soasse forçada.

A cantora, que acabou de ganhar um Grammy de "melhor álbum de Samba/Pagode" com seu disco "Numanice #2", não fez isso por acaso. Ela entendeu algo que poucos artistas conseguem captar: o brasileiro tem uma alma plural, que vibra tanto no 150 BPM do funk quanto no swing gostoso do pagode.

O projeto Numanice não é apenas uma mudança de gênero musical - é uma declaração de amor à versatilidade da cultura brasileira. É Ludmilla dizendo: "Ó, eu posso fazer tudo isso aqui, e vocês vão curtir porque é real".

A Trajetória: Do Batidão ao Tamborim

Os Primeiros Passos no Funk

Antes de qualquer coisa, vamos falar do óbvio: Ludmilla não abandonou o funk. Ela expandiu. "Quem diria que eu com todas as características de alvo - mulher, preta, periférica, bissexual, do funk chegaria aqui", ela mesma disse em uma apresentação histórica.

Essa frase resume tudo. Ludmilla sempre foi mais que uma funkeira - ela foi uma revolucionária. Em tempos onde o funk ainda enfrentava preconceito, ela segurou a bandeira do "Ajudei a provar que funk não é coisa de marginal".

A Metamorfose Musical

A transição para o samba não foi um "abandono" do funk, mas uma evolução natural. Pense assim: é como se ela tivesse descoberto que podia falar fluentemente vários idiomas musicais. O funk lhe deu a base, a atitude, a autenticidade. O samba trouxe a sofisticação, a melancolia, a nostalgia.

plano de fundo azul

Notícias 98 FM Rio: Assine Grátis!

Mantenha-se informado com as notícias mais relevantes do Rio, direto no seu e-mail. A newsletter da 98 FM Rio é totalmente gratuita. Assine agora e receba atualizações exclusivas, sem custo algum!

Vai lendo...

Numanice: Mais que um Projeto, uma Filosofia

O Conceito por Trás do Nome

"Numanice" não é só uma palavra bonita. É uma filosofia de vida. Significa estar bem, estar numa boa, estar num momento gostoso. E é exatamente isso que o projeto proporciona: Ludmilla apareceu de surpresa no Resenha Pagode e Chinelo, em Pilares, um dos mais tradicionais pagodes da Zona Norte do Rio de Janeiro.

Esse movimento não é casual. É Ludmilla voltando às origens, mas sem perder a modernidade. É o pagode da Zona Norte chegando aos rooftops de Miami, como mencionado no início.

A Gravação no Cristo Redentor

A escolha do Cristo Redentor como cenário para algumas gravações do projeto não foi apenas estética. Foi simbólica. Ali, no ponto mais alto da cidade, Ludmilla estava literalmente elevando o samba e o pagode. Era ela dizendo: "Essa cultura merece estar no topo".

O Impacto Cultural: Redescobrindo o Brasil

Quebrando Barreiras de Classe

Uma das coisas mais interessantes do fenômeno Numanice é como ele conseguiu quebrar barreiras sociais. Com o sucesso do projeto "Numanice", Ludmilla decidiu levar sua turnê para mais cidades em 2024, levando o pagode para lugares onde talvez ele nunca tivesse chegado com tanta força.

O Orgulho da Favela

Ludmilla nunca escondeu suas origens. Pelo contrário, ela as transformou em bandeira. Ela revelou ainda que se inspirou não só nas pioneiras do funk, mas também em todas as rainhas das comunidades. "Mulheres empoderadas da favela, guerreiras, que lutam, que cuidam dos seus filhos sozinhas e que venceram na vida".

Isso é mais que música - é representatividade. É uma mulher preta, da favela, mostrando que pode dominar qualquer gênero musical e ser reconhecida internacionalmente por isso.

A Versatilidade Carioca em Sua Essência

Do Subúrbio ao Mundo

O que mais impressiona na trajetória de Ludmilla é sua capacidade de manter a essência enquanto evolui. Ela consegue fazer um pagode que toca na mesa de bar da Zona Norte e, ao mesmo tempo, emociona platéias em Portugal e nos Estados Unidos.

A Fórmula do Sucesso

Não existe fórmula mágica, mas se tivesse que resumir o sucesso de Ludmilla em uma palavra, seria: autenticidade. Ela não força barras, não tenta ser o que não é. Ela simplesmente é - e isso ressoa com milhões de pessoas.

O Legado em Construção

Influência na Nova Geração

O projeto Numanice já influenciou uma nova geração de artistas. Pagode da Beta Canta Numanice e Gloria Groove + Bruno Fernandes Canta Exaltasamba - isso mostra como o projeto virou referência para outros artistas.

Perspectivas Futuras

Confira a agenda da turnê Numanice em 2025 e garanta seu ingresso na Sympla - o projeto continua crescendo, se expandindo, conquistando novos públicos.

Reflexões Finais: A Música Como Ponte

Ludmilla provou algo que muitos teóricos da música já sabiam, mas poucos artistas conseguem demonstrar na prática: a música brasileira é uma só. Funk, samba, pagode, pop - são todas facetas da mesma alma musical.

Ela não mudou de gênero. Ela apenas mostrou que sempre foi capaz de transitar por todos eles. E o mais impressionante: fazer isso mantendo sua identidade, sua origem, sua essência.

O projeto Numanice é maior que Ludmilla. É um movimento cultural que resgata, moderniza e projeta a música brasileira para o mundo. É prova de que não precisamos escolher entre tradição e inovação - podemos ter as duas.

E talvez essa seja a maior lição: num mundo que insiste em nos colocar em caixinhas, Ludmilla quebrou todas elas. Ela é funk, é samba, é pop, é favela, é Grammy, é Brasil.

Agora me conta: você já parou para pensar como a música pode ser uma ponte entre mundos aparentemente tão distantes?

ICONE PAPAGAIO 98
ICONE PAPAGAIO 98
Publicidade 98 - Oportunidade Imperdível!