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Grumari e Prainha: Paraíso Surfista no Rio
Descubra Grumari e Prainha, as praias escondidas do Rio de Janeiro. Conheça o paraíso surfista com ondas perfeitas, natureza preservada e a autêntica cultura do surf carioca na zona oeste.
VAMOS DAR UM ROLÊ
ZÉ CARIOQUINHA
7/13/20255 min ler
Grumari e Prainha: O Paraíso Surfista Secreto do Rio
Sabe aquele momento em que você está scrollando o feed e encontra uma foto que te faz parar tudo? Uma praia absurda, água cristalina, montanhas cobertas de mata atlântica... e você pensa: "Cara, isso é no Rio mesmo?" Pois é, meu amigo. Bem-vindo ao paraíso escondido da Zona Oeste carioca – onde Grumari e Prainha guardam os segredos mais bem guardados do surf local.
A Descoberta que Mudou Tudo
Primeira vez que pisei na areia de Grumari, confesso que fiquei meio desconcertado. Onde estava o movimento? Os ambulantes? O som automotivo? Nada. Só o barulho das ondas quebrando numa cadência hipnotizante e aquele cheiro de maresia misturado com vegetação selvagem. Era como se alguém tivesse recortado um pedaço da Costa Verde e colado ali, escondido entre os morros da Barra da Tijuca.
(E olha que eu achava que conhecia o Rio...)
A verdade é que Grumari e Prainha são aqueles lugares que os cariocas de verdade sussurram no ouvido uns dos outros. Não é à toa que muita gente ainda não sabe nem pronunciar direito: "Gru-ma-ri" – assim mesmo, com o 'r' bem marcado. Não é "Grumary" nem "Grumári". É Grumari, ponto.
Ondas que Falam por Si
Agora, se você é do time que acha que no Rio só tem praia para bronzear e jogar frescobol, prepare-se para uma revelação. As ondas de Grumari e Prainha são, sem exagero, algumas das melhores do estado. Não estou falando de ondinha de verão, não. Estou falando de tubos perfeitos, walls consistentes e aquele tipo de mar que faz até o surfista mais experiente ficar com aquele frio na barriga.
A geografia privilegiada dessas praias cria um fenômeno interessante: enquanto Copacabana e Ipanema sofrem com o mar agitado e irregular, ali na Zona Oeste as ondas chegam mais organizadas, com mais força e – detalhe importante – muito menos gente disputando o pico.
Grumari funciona melhor com swell de sul/sudeste, principalmente nos meses de outono e inverno. Quando as condições se alinham, você encontra ondas de 1,5m a 2,5m quebrando de forma tubular na direita da praia. É um show à parte.
Prainha, por sua vez, é mais democrática. Funciona praticamente o ano todo, com múltiplos picos distribuídos ao longo de seus quase 2km de extensão. Tem onda para iniciante? Tem. Tem tube para o mais experiente? Também tem. É tipo um buffet de ondas – cada um pega o que consegue.
A Natureza em Estado Bruto
Uma coisa que impressiona logo de cara é como essas praias conseguiram manter um aspecto selvagem, quase intocado. Não é marketing não – é realidade mesmo. Grumari e Prainha fazem parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratiba, o que significa que o desenvolvimento imobiliário foi freado a tempo.
O resultado? Morros cobertos de mata atlântica preserved, restingas em estado natural e uma diversidade de fauna que inclui desde capivaras até uma infinidade de espécies de pássaros. É comum ver gente fazendo trilha, observação de aves e até pescaria artesanal.
(Pensando bem, talvez seja por isso que as ondas são tão limpas por lá – a natureza ainda comanda o show.)
A Cultura do Surf Raiz
O que mais me chama atenção em Grumari e Prainha é a vibe. Não tem nada de pose ou ostentação. O pessoal que frequenta é, em sua maioria, surfista de verdade – aqueles que acordam cedo, checam as condições pelo celular e, quando veem que está bom, largam tudo e vão.
Tem uma tribo local forte, que inclui pescadores, surfistas veteranos e uma galera mais jovem que descobriu o paraíso recentemente. A convivência é harmoniosa, baseada no respeito mútuo e na paixão compartilhada pelo mar.
Os locais têm suas manias, é claro. Não chegue gritando no pico, não jogue lixo na areia e, principalmente, respeite a ordem natural das coisas. Aqui ainda vale a regra não-escrita do surf: quem está na onda há mais tempo tem a preferência.
O Desafio da Distância
Vamos combinar: chegar até Grumari e Prainha não é tarefa para qualquer um. Saindo da Zona Sul, são cerca de 50km de trânsito pelo túnel da Barra, Recreio e uma estrada sinuosa que parece não ter fim. Mas é exatamente essa "dificuldade" que funciona como filtro natural.
Quem faz questão de ir até lá é porque realmente quer estar ali. Não é o público de praia de fim de semana – é a galera que busca uma experiência mais autêntica, mais conectada com a natureza.
O transporte público é praticamente inexistente, então é carro próprio ou carona com amigos. Tem estacionamento? Tem, mas é informal e bem básico. Infraestrutura de apoio? Mínima. Alguns quiosques simples, banheiros públicos e só.
Quando Ir: O Timing Perfeito
Cada estação tem sua personalidade por lá:
Outono/Inverno (março a setembro): As melhores ondas do ano. Swells mais consistentes, vento menos intenso e aquela luz dourada que todo fotógrafo ama. Só prepare o neoprene porque a água esfria um pouco.
Primavera (setembro a dezembro): Transição interessante. As ondas ainda estão boas, mas o movimento começa a aumentar. É quando você ainda pega um vazio relativo sem muito esforço.
Verão (dezembro a março): Mais movimentado, ondas menores, mas a atmosfera tropical está no auge. Água quentinha, dias mais longos e aquele clima de férias que todo mundo adora.
O Que Levar (e o Que Não Levar)
Lista básica de sobrevivência:
Protetor solar (muito protetor solar)
Água e comida (porque as opções são limitadas)
Dinheiro em espécie (cartão nem sempre funciona)
Paciência com o trânsito
Respeito pela natureza e pelos locais
O que deixar em casa:
Expectativas de estrutura urbana
Pressa
Som alto
Lixo (sério, leve seu lixo embora)
A Magia que Poucos Conhecem
Existe algo de quase místico em surfar em Grumari e Prainha. Talvez seja a combinação da natureza preservada com ondas de qualidade, ou talvez seja a sensação de estar em um lugar especial, longe do caos urbano.
Já perdi a conta de quantas vezes voltei de lá com aquela sensação de "reset" mental. É como se aquelas praias tivessem o poder de nos reconectar com algo mais essencial, mais puro.
O Futuro Desse Paraíso
A grande questão é: até quando Grumari e Prainha vão manter essa característica selvagem? A pressão do desenvolvimento imobiliário é constante, e novos projetos aparecem regularmente. Por enquanto, a legislação ambiental tem segurado a barra, mas sabemos que no Brasil nada é definitivo.
Por isso, talvez a melhor forma de preservar esses lugares seja conhecê-los, respeitá-los e divulgar sua importância. Não de forma predatória, mas com consciência.
O Convite Final
Se você chegou até aqui, já sabe que Grumari e Prainha não são apenas praias – são experiências. Não é todo mundo que tem a paciência de encarar a viagem, mas quem vai sempre volta transformado.
Na próxima vez que você estiver checando a previsão do tempo e vir aquelas bolinhas verdes indicando ondas boas na Zona Oeste, lembre-se: existe um paraíso escondido esperando por você. Um lugar onde o surf ainda é autêntico, a natureza ainda é respeitada e as ondas ainda quebram como quebram há décadas.
Vai encarar a aventura? Porque uma coisa eu garanto: depois de conhecer Grumari e Prainha, você vai entender por que alguns cariocas fazem questão de manter esses lugares como segredo.
E aí, já está planejando a próxima sessão de surf?
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