Bolívia vence Brasil por 1x0 em El Alto e assegura a repescagem

Vitória da Bolívia

Imagina só: você está a 4.150 metros de altitude, o oxigênio tá mais rarefeito que promessa de político em época de eleição, e do nada seu time — que teoricamente era "zebra impossível" — marca um gol de pênalti no Brasil. Pois foi exatamente isso que rolou na noite de terça-feira (9), em El Alto, no que pode ter sido uma das maiores zebras das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2026.

A Bolívia não só venceu o Brasil por 1x0, como carimbou pela primeira vez na história uma vaga na repescagem mundial. O gol de Miguel Terceros (vulgo Miguelito) saiu nos acréscimos do primeiro tempo, de pênalti, e botou os bolivianos na briga pelo sonho de voltar a uma Copa após 32 anos de jejum.

O Drama da Altitude: Quando o Estádio Vira Vilão

Vamos combinar uma coisa: jogar no Estádio Municipal de El Alto não é brincadeira. É o segundo estádio mais alto do mundo, e qualquer um que já subiu a Serra dos Órgãos sabe como a respiração fica complicada lá em cima — agora imagina correr atrás de uma bola por 90 minutos nessas condições.

O Brasil nunca teve vida fácil jogando na altitude boliviana, mas dessa vez a coisa desandou de vez. A Seleção teve apenas 42% de posse de bola, contra 58% da Bolívia, e completou 312 passes, enquanto os bolivianos chegaram a 389. Quer dizer, os caras jogaram em casa e ainda dominaram as estatísticas — isso é o que eu chamo de aproveitar o fator casa ao máximo.

(E olha que estou sendo educado aqui, porque a verdade é que o Brasil passou mais aperto do que turista no centro do Rio sem GPS.)

O Pênalti que Mudou Tudo

A partida caminhava morna até os 45 minutos do primeiro tempo, quando Bruno Guimarães resolveu fazer uma "carinhosa" em Roberto Fernández dentro da área. Após consultar o VAR, o árbitro marcou pênalti, e Miguelito bateu no canto para fazer 1x0.

Foi o primeiro gol que o Brasil tomou desde que Carlo Ancelotti assumiu a equipe. Ou seja, o italiano estava invicto até encontrar a altitude boliviana — que é tipo aquele amigo que sempre aparece para estragar a festa quando você menos espera.

A Matemática Cruel das Eliminatórias

Com essa derrota, o Brasil terminou na quinta colocação geral das eliminatórias, sua pior posição da história. Enquanto isso, a Bolívia conquistou pela primeira vez uma vaga na repescagem, encerrando na 7ª colocação.

É como se fosse aquela situação do vestibular: você ralou o ano todo, mas no dia da prova pisou na bola e quem menos esperava passou na sua frente. A diferença é que aqui não tem segunda chamada — pelo menos não para os bolivianos, que agora vão brigar por uma das últimas vagas mundiais.

O que Isso Significa no Panorama Geral?

Primeiro, vamos ser justos com a Bolívia: eles mereceram essa classificação. Jogaram em casa, souberam usar suas armas (altitude, garra e uma pitada de sorte) e fizeram valer o mando de campo. É futebol, pô — às vezes o David vence o Golias, principalmente quando o Golias resolve aparecer meio desligado.

Por outro lado, essa derrota expõe algumas questões sobre o Brasil atual. Não dá para culpar só a altitude — embora ela seja um fator real e complicado. A questão é que, mesmo com todo o talento individual, a Seleção ainda patina em alguns aspectos táticos e de concentração.

Na verdade, pensando bem... talvez a gente precise parar de subestimar esses jogos "mais fáceis". O futebol sul-americano evoluiu, os times pequenos estão mais organizados, e qualquer bobeira pode custar caro. Foi uma lição meio amarga, mas necessária.

Scout Final - Estatísticas do Jogo

Bolívia:

• Formação Tática Inicial: 4-3-3

• Posse de Bola: 58%

• Finalizações: 8 (3 no gol)

• Escanteios: 4

• Faltas: 16

• Cartões: 2 amarelos

• Passes: 389 (75% de precisão)

Brasil:

• Formação Tática Inicial: 4-2-3-1

• Posse de Bola: 42%

• Finalizações: 11 (2 no gol)

• Escanteios: 6

• Faltas: 12

• Cartões: 3 amarelos

• Passes: 312 (73% de precisão)

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