O clássico "O Auto da Compadecida" escrito em 1955, por Ariano Suassuna, mistura elementos de comédia, drama e crítica social,volta ao Cinema.
Em 2000, a adaptação cinematográfica dirigida por Guel Arraes conquistou o público e a crítica, consolidando-se como um dos filmes mais queridos do Brasil.
Em 2024, a aguardada sequência "O Auto da Compadecida 2" foi lançada, trazendo de volta os personagens icônicos e explorando novos desafios e aventuras.
Antes de falarmos sobre o Livro e o Cinema vamos ao depoimento de artistas envolvudos
Os artistas envolvidos em "O Auto da Compadecida" e sua sequência têm opiniões muito positivas sobre a obra e seu impacto cultural.
Selton Mello
Selton Mello, que interpreta Chicó, descreveu "O Auto da Compadecida 2" como uma celebração mais do que uma continuação. Ele destacou a alegria de revisitar o personagem após 25 anos e a conexão especial que tem com Matheus Nachtergaele, que interpreta João Grilo.
Para Selton, Chicó é um personagem atemporal, um arquétipo que não envelhece.
Matheus Nachtergaele
Matheus Nachtergaele, que dá vida a João Grilo, revelou que Fernanda Montenegro, que interpretou Nossa Senhora no filme original, considerou a sequência uma representação da resistência do povo.
Ele também mencionou que o personagem João Grilo foi fundamental para sua carreira e que o carinho do público pelo personagem é algo que ele valoriza profundamente.
Guel Arraes
Diretor de ambos os filmes, sempre destacou a importância de manter a essência da obra de Ariano Suassuna, combinando humor e crítica social.
Ele acredita que a sequência conseguiu capturar a mesma magia do original, ao mesmo tempo em que trouxe novos elementos para a narrativa.
O Livro "O Auto da Compadecida"
A obra de Ariano Suassuna é ambientada no sertão nordestino e segue as aventuras de João Grilo e Chicó, dois amigos pobres e astutos que usam sua esperteza para sobreviver às adversidades.
O livro é uma peça de teatro escrita em forma de auto, um gênero dramático medieval que combina elementos religiosos e profanos.
Enredo
A história começa com João Grilo e Chicó tentando convencer o padeiro a fazer um enterro digno para o cachorro da mulher do padeiro.
A partir daí, os dois se envolvem em uma série de situações cômicas e perigosas, enfrentando personagens como o cangaceiro Severino e o bispo.
O ponto culminante da trama ocorre quando João Grilo morre e é julgado no céu, onde a Compadecida (Nossa Senhora) intercede por ele, garantindo sua salvação.
Temas e Estilo
"O Auto da Compadecida" aborda temas como a injustiça social, a hipocrisia religiosa e a luta pela sobrevivência.
Suassuna utiliza o humor e a sátira para criticar as desigualdades e os abusos de poder, ao mesmo tempo em que celebra a astúcia e a resiliência do povo nordestino.
O Filme "O Auto da Compadecida" (2000)
A adaptação cinematográfica de 2000, dirigida por Guel Arraes, trouxe a história de João Grilo e Chicó para um público ainda maior.
O filme foi um sucesso de bilheteria e recebeu vários prêmios, incluindo o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
Elenco e Produção
O filme contou com um elenco estelar, incluindo Matheus Nachtergaele como João Grilo, Selton Mello como Chicó, Fernanda Montenegro como a Compadecida e Marco Nanini como o cangaceiro Severino.
A produção foi elogiada pela fidelidade ao texto original e pela qualidade das atuações, que capturaram a essência dos personagens criados por Suassuna.
Adaptação e Recepção
A adaptação de Guel Arraes manteve o humor e a crítica social presentes no livro, ao mesmo tempo em que acrescentou elementos visuais e cinematográficos que enriqueceram a narrativa.
O filme foi bem recebido pela crítica e pelo público, sendo considerado uma das melhores adaptações literárias do cinema brasileiro.
O Filme "O Auto da Compadecida 2" (2024)
Em 2024, a sequência "O Auto da Compadecida 2" foi lançada, trazendo de volta os personagens icônicos e explorando novos desafios e aventuras.
A direção ficou novamente a cargo de Guel Arraes, garantindo a continuidade do estilo e da qualidade da primeira adaptação.
Enredo
A história se passa 20 anos após os eventos do primeiro filme, com João Grilo retornando à cidade de Taperoá depois de um longo desaparecimento.
Ao chegar, ele encontra seu velho amigo Chicó, que passou as últimas duas décadas contando a lenda mirabolante do amigo para os moradores da cidade.
O retorno de João Grilo ocorre durante as eleições para prefeito, e os candidatos aproveitam sua chegada para usá-lo como cabo eleitoral. João, sempre esperto, tenta usar a situação a seu favor para enriquecer, mas as coisas não saem como planejado.
O filme traz de volta personagens queridos do original, como Rosinha e Joaquim Brejeiro, e introduz novos habitantes de Taperoá, prometendo uma mistura de humor, emoção e crítica social.
Temas e Estilo
Assim como o primeiro filme, "O Auto da Compadecida 2" aborda temas como a corrupção, a ganância e a luta pela justiça.
A sequência mantém o humor e a sátira característicos da obra de Suassuna, ao mesmo tempo em que explora novas questões sociais e políticas.
O estilo visual e narrativo do filme continua a combinar elementos populares e eruditos, criando uma experiência cinematográfica rica e envolvente.
Recepção
O filme foi elogiado pela qualidade das atuações, pela fidelidade ao espírito da obra original e pela capacidade de abordar temas contemporâneos de maneira relevante e divertida.
"O Auto da Compadecida 2" consolidou-se como uma digna continuação do clássico de 2000, reafirmando a importância da obra de Ariano Suassuna na cultura brasileira.
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